O mercado de saúde passa por inúmeras mudanças, e por fortes desafios, o que provoca uma necessidade cada vez maior de se fazer uma gestão eficaz dos talentos.
O fato é que não importa de que organização de saúde se pertence (Operadoras, Hospitais, Medicina Diagnóstica, Home Care, Secretarias de Saúde, etc…), e tampouco a função que se executa (Lavanderia, Nutrição, Enfermagem, Medicina, Administrativo-Financeira, Gestão, etc..), a missão de todos os profissionais da saúde é a mesma, e deve ser o foco de todos, que é o de melhorar o atendimento e a qualidade do tratamento a saúde dos pacientes.
Quais são os desafios então para que se possa cumprir este objetivo?
- Cultural – A cultura de todos os profissionais deve ser voltada para o objetivo comum. Muitas vezes, até mesmo pelas características de cada função e posição dentro da organização, o objetivo comum é simplesmente esquecido ou é omitido nas ações.
- Diversidade – Há uma diversidade muito grande de funções e de cargos dentro do sistema de saúde, conforme já explicitado acima, o que dificulta mais ainda uma integração em torno de um objetivo comum.
- Dinâmica – É muito comum também uma mescla de profissionais que são efetivos (FTEs) e de profissionais “flutuantes”, ou seja, profissionais que ora estão em uma organização, ora em outra, ora em seu próprio negócio, sendo muito mais complexo gerir estes talentos, sem falar em áreas onde o comum é a terceirização da função.
- Quantidade – O número de profissionais na área é muito grande e tende a crescer em função do crescimento das organizações em rede de hospitais, em estruturas de atenção primária, em mais unidades de atendimento e diagnóstico, e assim por diante.
- Disponibilidade – Também é forte a necessidade de profissionais com formação específica, e que não é suprida pelas universidades ou pela localização da instituição.
- Compliance – Foco em ter o treinamento e a capacitação necessária para os processos de auditoria de qualidade como a ONA ou outras certificações internacionais
- Liderança – Há fortes indícios de que o processo de sucessão de liderança no mercado de saúde vai ser um dos fortes desafios para os próximos anos, já que a maioria das instituições crê que falta uma formação mais direcionada a este objetivo e se prevê uma séria dificuldade neste contexto.
- Gestão Financeira – Cada vez mais, a gestão das margens e a garantia da sustentabilidade do negócio é um grande desafio para as instituições. Ter isso como um dos focos do trabalho que não pode contrastar em nenhum momento com a missão maior em relação ao paciente é um grande desafio.
- Regulação – Cada vez mais a regulação na área traz novidades e necessidades de se adaptar a ela, muitas vezes sem estar preparado para ela, sem falar que cada vez limita mais as ações das instituições, e novamente, não pode contrastar em nenhum momento com a missão maior em relação ao paciente.
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Como fazer face a estes desafios, é o grande objetivo das áreas de Recursos Humanos das empresas de saúde, e dentro disto se enquadram alguns pontos fundamentais:
- Treinamento e Educação – Fundamental para que a cultura seja disseminada pela empresa
- Gestão de Mudanças – Típico serviço executado por empresas de consultoria com conhecimento e experiência neste tipo de projetos, porém que seja executado por empresas que conheçam a mentalidade, o pensamento e a linguagem do segmento, pois tratar-se-ão inclusive e principalmente de profissionais clínicos como médicos e enfermeiros.
- Pagamento por performance ou meritocracia – Ainda não implantado como se esperaria nas instituições de saúde, cada vez mais será um foco das instituições em seus pensamentos e planejamentos estratégicos.
- Gestão de Talentos de Liderança – Aqui o mais importante é termos programas específicos de preparação de novos líderes, e um plano de carreira para incentivar e manter os principais profissionais dentro das instituições.
- Atração – Outra área afetada, é a área de Recrutamento e Seleção, que deverá trabalhar muito conectada às diversas áreas da instituição para permitir atrair os profissionais mais preparados do mercado (Mesmo que de ambientes distintos à saúde, onde se possa aproveitar importantes experiências que agreguem valor à instituição), além de permitir atrair com maior facilidade e dinâmica os profissionais que hoje estão em falta no mercado, e portanto, altamente disputados pelas organizações.
- Gestão Financeira de Recursos Humanos – É importante garantir o máximo possível de retorno de investimento nos profissionais e nas equipes (O desempenho de uma instituição de saúde não pode, nem deve ficar somente ligada à performance individual, mas sim com a equipe como um todo, cada qual agregando o seu valor, atingindo os objetivos da instituição.
Sistemas Interoperáveis e Integrados – Com o foco da regulação e do compliance com as acreditações hospitalares, laboratoriais, qualidade de operadoras, etc.. é fundamental que se tenham sistemas que possam ser flexíveis para alterações dinâmicas dos processos, protocolos e regras de negócio e que permitam que mudanças sejam facilmente implementadas. Mais além, é fundamental que as informações não estejam fragmentadas em diversos sistemas, mas sim interoperáveis, garantindo uma automação da busca e utilização das mesmas. Ex. Folha de Pagamentos, Benefícios, Recrutamento e Seleção, Sistemas Financeiros, Gestão Administrativo-Financeira e Clínica, Gestão de Talentos e Performance, dentre outros.