Conheça 6 estratégias para reduzir a Síndrome de Burnout nas empresas

Qualquer coisa que possa afetar a produtividade dos colaboradores é prejudicial para os profissionais, assim como para o crescimento da empresa. Por isso, a gestão de pessoas precisa estar atenta à qualidade do ambiente de trabalho, promovendo o bem-estar dos colaboradores e evitando problemas como a Síndrome de Burnout.

A Síndrome de Burnout é uma doença da atualidade, que foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se do estresse crônico e não gerenciado no trabalho, que pode levar a pessoa a ter problemas na vida pessoal e profissional.

Neste conteúdo, explicamos o que é Síndrome de Burnout e apontamos 6 estratégias para lidar com esse desafio nas empresas. Continue a leitura e crie um ambiente de trabalho mais adequado para as suas equipes!

O que é Síndrome de Burnout?

A OMS define a Síndrome de Burnout como resultante do estresse crônico que não foi gerenciado com sucesso no trabalho. É uma doença ocupacional que está relacionada à saúde mental nas empresas.

Um possível sintoma do burnout é a sensação de esgotamento e exaustão de energia. Além disso, a pessoa pode ter uma postura de distanciamento mental, cinismo e negativismo no trabalho. Por fim, existe um senso de ineficácia em relação às atividades.

Os sintomas são trazidos na versão 11 da Classificação Internacional de Doenças (CID), código QD85, o que mostra a importância do tema nos dias de hoje. Aliás, no período de pandemia, a estimativa da OMS é que 44% dos trabalhadores brasileiros tenham experienciado algum nível de esgotamento profissional.

Por que as empresas devem se preocupar com a Síndrome de Burnout?

Além de não desejarmos que as pessoas que trabalham conosco adoeçam, o esgotamento do colaborador é uma condição que vai repercutir nos resultados da empresa. Por isso, deve ser uma preocupação da gestão de pessoas. Abaixo, confira as principais consequências da Síndrome de Burnout para empresas:

Não contar com colaboradores saudáveis e produtivos

Exaustão, falta de perspectiva e desconexão com o trabalho aumentam as chances do colaborador ter um mau desempenho na função, pois tanto a motivação como a energia para para trabalhar são prejudicadas.

Aumentar os riscos de acidentes de trabalho

A questão se agrava em locais onde podem ocorrer acidentes de trabalho, como serviços com máquinas, atividades em altura e objetos cortantes. Por reduzir o foco nas tarefas, a Síndrome de Burnout aumenta os riscos ocupacionais.

Ter uma rotatividade de pessoal elevada

O turnover é outra consequência. Quando o colaborador se sente mal no trabalho, mesmo propostas com salários mais baixos podem ser interessantes para o colaborador sair. Além disso, podem acontecer até mesmo pedidos de demissão simplesmente porque a pessoa não suporta mais as condições oferecidas.

Gerar absenteísmo na empresa

Os momentos em que o colaborador não está disponível para trabalhar também se tornam mais comuns, seja pelos efeitos físicos da Síndrome de Burnout, seja pela falta de motivação para exercer as funções. Mesmo que não haja o absenteísmo, o presenteísmo — quando o colaborador está presente, mas sua mente está em outro lugar — é quase certo.

Sofrer com processos trabalhistas

Fique atento igualmente à possibilidade do colaborador iniciar um processo judicial contra a empresa. Muitas das práticas que provocam a Síndrome de Burnout compõem a lista de situações causadoras da rescisão indireta ou justa causa do empregador. Com isso, pode haver pedidos de indenização financeira pelos danos causados no trabalho.

A Síndrome de Burnout, portanto, afeta todos os indicadores de RH, especialmente aqueles diretamente conectados com os resultados financeiros. Não por acaso, cuidar da saúde e bem-estar dos colaboradores é um investimento no sucesso da empresa.

Quais são as melhores estratégias para reduzir o burnout?

Para reduzir o burnout, a empresa pode adotar uma série de práticas para promover a saúde, bem-estar e equilíbrio no trabalho. Conheça 6 estratégias que têm sido bastante eficientes nesse sentido!

1. Faça um diagnóstico e levante informações

O primeiro cuidado é realizar pesquisas internas para avaliar os efeitos do trabalho sobre as pessoas. Existem diferentes metodologias que podem ajudar a empresa a traçar um diagnóstico e ter informações para agir.

No eNPS, por exemplo, os colaboradores são questionados sobre o quanto estariam dispostos a indicar a empresa enquanto lugar para trabalhar. Além disso, deixamos um campo para a pessoa justificar a resposta, indicando o que motivou a nota de 0 a 10 concedida.

Nesse sentido, podemos usar ferramentas de análise de dados para avaliar quais foram as justificativas mais recorrentes. Depois, os dados podem ser agrupados em categorias, fazendo com que a organização tenha um direcionamento sobre os principais problemas.

2. Promova um bom clima organizacional

Os questionários de clima organizacional também podem contribuir para identificar problemas de saúde mental no trabalho. Entre outros, os seguintes tópicos podem ser abordados:

  • quantidade e complexidade das tarefas;
  • horas de trabalho;
  • energia e disposição durante a jornada;
  • distância de cada para o trabalho;
  • relações interpessoais;
  • nível de cobrança;
  • relacionamento com o líder.

Comece esclarecendo o propósito das conversas e testes, inclusive, falando a respeito da Síndrome de Burnout. Nos casos em que é possível, o anonimato dos respondentes pode deixar os profissionais confortáveis para falar a respeito da qualidade do ambiente de trabalho.

Com os resultados em mãos, você pode selecionar grupos focais nas equipes para realizar conversas diretas sobre o tema e receber feedbacks. Pense em amostras como pessoas que chegaram recentemente, profissionais mais experientes, colaboradores entre 1 e 3 anos de empresa e assim por diante.

Unindo o conhecimento da equipe de RH e o retorno oferecido pelos colaboradores, haverá bastante material para fazer melhorias internas.

3. Tenha programas de gestão de saúde

Uma medida interessante são os programas de gestão da saúde. Os riscos ergonômicos são o principal alvo das medidas preventivas do burnout, que serão conduzidas por profissionais da saúde e medicina do trabalho.

Esses riscos são previstos na Portaria nº25/1994 do Ministério do Trabalho:

  • esforço físico intenso;
  • levantamento e transporte manual de peso;
  • exigência de postura inadequada;
  • controle rígido de produtividade;
  • imposição de ritmos excessivos;
  • trabalho em turno e noturno;
  • jornadas de trabalho prolongadas;
  • monotonia e repetitividade;
  • outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.

Com essas informações, os profissionais de medicina e segurança no trabalho realizam o mapa de riscos, apontando em que atividades dos colaboradores essas características podem estar presentes. A partir de então, podemos adotar medidas para eliminar ou mitigar os fatores, como mudanças em métodos de trabalho, normas e equipamentos.

4. Promova a flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Um dos pontos mais importantes é haver equilíbrio em relação à energia e ao tempo consumido pelo trabalho. Por isso, medidas de flexibilização podem ser um bom caminho para reduzir a Síndrome de Burnout na organização.

Implemente mecanismos de compensação de jornada. Quando os bancos de horas têm suas regras cumpridas, o colaborador pode efetivamente descansar por períodos mais longos caso realize horas extras. Logo, os impactos do serviço extra são mitigados.

Outra possibilidade é o trabalho híbrido. É um modelo em que a jornada é organizada para que alguns dias sejam cumpridos de casa. Portanto, o colaborador tem mais tempo livre, pois evita o deslocamento até a empresa.

O mais indicado é usar ferramentas para gerenciar o tempo das equipes, levantando as informações sobre como é a jornada de trabalho. Ao saber quantas horas cada pessoa trabalha, passamos a entender os impactos da demanda nos colaboradores:

  • se precisamos contratar mais pessoas;
  • se existem períodos de ociosidade dentro da empresa;
  • se valeria a pena autorizar que a carga horária fosse cumprida de casa.

5. Incentive o bom relacionamento entre os colaboradores

Muitas vezes, o estresse pode não estar associado às regras ou carga de trabalho fixadas pela empresa, mas aos comportamentos do grupo. É importante incentivar boas relações entre líderes e liderados, assim como entre os membros das equipes.

Um bom começo é dedicar momentos exclusivos de integração entre os colaboradores. Comemorar aniversários, ter áreas de lazer para os intervalos, trazer conforto para a área do cafezinho e criar rotinas para receber os novos membros das equipes são alguns exemplos.

Também é importante que existam regras para que as pessoas respeitem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Uma delas é evitar que os profissionais sejam contatados fora dos horários de trabalho. Igualmente, vale a pena ter um procedimento para delegar tarefas, de modo que as pessoas não sejam interrompidas o tempo todo com novas demandas.

6. Ofereça benefícios que visem o bem-estar

Uma boa carteira de benefícios também pode ajudar a reduzir a Síndrome de Burnout  e outros problemas de saúde. Acesso a clubes esportivos e de lazer, descontos em locais para alimentação saudável, ginástica laboral e planos de saúde são algumas vantagens que podem ser concedidas.

A Síndrome de Burnout pode ser gerenciada nas empresas com boas práticas ligadas ao bem-estar e ao equilíbrio no trabalho. Por isso, não deixe de aplicar as dicas deste conteúdo e ajude as pessoas da sua empresa a serem mais saudáveis. Afinal, isso vai contribuir para o sucesso de todos na organização.

Para conhecer um pouco mais sobre os desafios de gerenciar o trabalho nas empresas, complemente a leitura com o conteúdo Absenteísmo: aprenda como medir e combatê-lo na empresa e conheça este indicador importante para mensurar os efeitos do trabalho sobre as pessoas!

2022-08-12T09:54:36-03:00

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