Lugar de mulher é na tecnologia e nas lideranças, sim!

Especialistas dão um panorama sobre iniciativas afirmativas que aceleram a prosperidade das mulheres no mercado de trabalho

Em meio aos constantes avanços da sociedade, a presença e valorização de pessoas que se identificam com o gênero feminino no mercado continua sendo uma pauta e ponto de atenção para as principais empresas do país. Atualmente, o Brasil ocupa a 78ª posição no ranking sobre igualdade de gênero, segundo o Índice de Gênero dos ODS 2022.

A cada dia mais mulheres estão usando seu potencial para se destacar no mercado de trabalho e conquistar melhores posições, ganhando espaço em todos os setores da economia e sendo cada vez mais reconhecidas. Mas segundo, Cláudia Marquesani, responsável pela WOW, “apesar da força de vontade e dos avanços da sociedade, elas continuam enfrentando obstáculos e precisando mostrar seu valor 2 vezes mais que qualquer pessoa do gênero masculino.”

Cabe a cada empresa olhar para o ESG da organização, entender qual sua responsabilidade no contexto social em que está inserida e identificar como pode contribuir para apoiar e estimular o sucesso das mulheres no mercado de trabalho.

A WOW, Women On the Way, é uma consultoria pessoal que auxilia mulheres da tecnologia a evoluírem suas carreiras, trabalhando o perfil pessoal, profissional, executivo e técnico. Um dos inúmeros projetos que surgiram para acelerar a prosperidade das mulheres nos negócios, em suas carreiras e no aumento de empregabilidade.

Com base em estudos da WOW alguns fatores que favorecem a desistência DELAS no universo da tecnologia são:

  • Falta de modelos – A cada  10 profissionais em Tecnologia atuando no país, apenas 2 são mulheres e a cada 30 universitários, apenas 6. (Fonte: IBGE 2018, 2021)
  • Preconceito – O Brasil é o país com maior número de queixas de preconceito e discriminação de gênero, com uma taxa de 35,3%. (Fonte: Pagegroup 2020)
  • Diferença Salarial – Apesar de a instrução feminina ser mais elevada se comparada à de homens, a remuneração é 34% menor. (Fonte: IBGE 2018)
  • Maternidade – Uma pesquisa realizada por estudantes da FGV, mostra que 48% das mulheres brasileiras são demitidas após a licença maternidade.

Para Marquesani, contribuir e impulsionar a participação das mulheres nas profissões de tecnologia é uma missão para além do trabalho, “Suportar as organizações para que sejam modelo e referência em ações práticas e efetivas para a equidade de gênero, através de resultados contínuos, medidos e divulgados para stakeholders e sociedade, é um propósito que eu carrego com muito zelo.”

Dentro deste contexto, e seguindo a ótica voltada para a gestão de pessoas, segundo Flávio Legieri, especialista da área, CEO e Cofundador da Intelligenza IT, maior consultoria nacional de tecnologia SAP para RH, “uma das principais iniciativas que as empresas podem adotar para transformar este cenário é promover a igualdade salarial entre homens e mulheres com o mesmo nível de qualificação e criar políticas de igualdade de oportunidades que abranjam todos os gêneros, além de estimular o desenvolvimento de mulheres para cargos de liderança e estabelecer um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor para elas.”

Para Thais Oliveira, Consultora de Talent da Intelligenza IT, a cultura interna da companhia fez toda diferença na hora da sua contratação. “Uma das principais vantagens que vi com a empresa foi a garantia do benefício voltado para as mamães PJ, ao contrário da maioria das empresas que adotam uma postura totalmente contrária”, afirma a colaboradora, que estava grávida de 4 meses quando foi contratada pela empresa.

A HRTech conta mais de 280 colaboradores e 42% representam pessoas que se identificam com o gênero feminino, um percentual acima da média do segmento, uma vez que o mercado de TI concentra 12,7% de mão de obra feminina no Brasil, segundo estudo da Revelo, e apenas 28% no mundo todo, conforme a IDC (International Data Corporation). 

Deste recorte institucional, 48% das mulheres da Intelligenza ocupam cargos de liderança, indo na contramão dos indicadores do mercado como um todo, que apontam uma diminuição na presença de mulheres em cargos de liderança nas empresas brasileiras, tendo passado de 39% em 2021, para 38% no último ano, segundo pesquisa da Grant Thornton. 

Para Leila Rocha, Owner de Sustentação na Intelligenza, liderar dá trabalho e consome energia, mas quando a liderança é desenvolvida baseada em confiança e cooperação, o jogo muda. “As pessoas vão esquecer o que você fez, o que você disse, mas nunca como você as fez sentir-se, desta forma a líder Leila sempre focou em resultados sem perder sua essência e assim a vida me tornou líder, para eu pudesse liderar na Intelligenza.”

É importante que neste momento especial dedicado às mulheres, as empresas entendam o quanto é importante atuar de forma mais inclusiva com elas, oferecendo mais oportunidades de emprego, em cargos de liderança, programas de treinamento, desenvolvimento de apoio, além de ações que promovam a igualdade de gênero e a diversidade nos postos de trabalho.

“Acredito que outras empresas deveriam ter iniciativas como essas, pois usufruir da força feminina e seus instintos só traz benefícios para uma corporação. Aqui na Intelligenza, a gente ainda conta com o G-Pink, grupo de afinidades que discute questões e promove ações relevantes para o empoderamento feminino e faz parte do Programa Cores, que tem o propósito de conscientizar e incentivar diversidade e inclusão.” afirma Francisco Pereira, Gerente de Recursos Humanos da HRTech.

Flávio Legieri, pai de duas meninas, completa: “Mas é preciso lembrar que não basta caminhar de acordo com a evolução do mercado e da sociedade. Estar atento a estas causas sensíveis de forma genuína faz toda a diferença e é essencial. Não estamos falando de criar metas só para seguir a tendência do mercado, é um compromisso muito maior.”

2023-03-09T12:40:47-03:00

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